Família é uma coisa complicada. O pai, a mãe e os filhos. Ou os pais e o filho. Ou, ainda, a mãe e as filhas. Seja como for, sempre haverá aquele parente mais velho que lamberá uma colher de molho de maneira ridícula. A geração mais nova, rebelde ou silenciosa, leva sempre o respeito em consideração. Ou, pelo menos, deveria levar. É que há vezes nas quais não dá pra manter o silêncio. Para os adolescentes (ou "aborrecentes" como dizem) tudo parece errado. Quando crianças perguntamos o "porquê" das coisas. Já quando somos adolescentes, perguntamos o "porquê das coisas serem como são". Porque tem que ser assim sempre? Não pode mudar? Não posso fazer do meu jeito? Pois é...
...
"Nunca fui teimoso como minha mãe fora nessa idade. Talvez pelo fato de não ter tido meus avós como pais. Não precisei ter motivos para me rebelar, foi natural. As pessoas das quais sempre gostei de estar ao redor não parecem me entender mais; o ambiente que sempre manteve-me aconchegado, parece não me confortar mais; sinto receio ao falar, pois posso provocar vendavais - apesar de continuar falando da mesma maneira de sempre. Sinto-me um estranho, invadindo a história de outras pessoas. Tudo o que dividíamos... parece que roubaram só para eles. Tudo o que digo parece errado, malcriado, ofensivo. Uma feição séria é desrespeito. Preciso do meu momento. Meu canto. A casa é um templo coletivo, mas cada um precisa encontrar seu pequeno templo pessoal.
Minha vida é um turbilhão de coisas exageradas que acontecem todas ao mesmo tempo. Difícil se preocupar com um olhar virado ou suspiro muito profundo quando sua família não se mantém a par dos eventos. Nem tudo é futilidade. Muita coisa é dor, sofrimento, tristeza, insegurança, falta de incentivo ou entusiasmo. Ainda mais quando grande parte disso inclui o que deveria ser meu porto seguro. Pior, o que era para ser uma dádiva, será uma barreira. Sou um intruso na família perfeita. Mamãe, papai, filhinho. E duas crianças marmanjas que assistem de longe. Ciúmes? Não. Medo. Receio de ser um encosto.
O argumento sempre será o mesmo. Mas eu nunca disse que não queria ser teu filho. Tentei te chamar de pai, mas apelido pega se for bem recebido. Finalmente você é pai de alguém. Crianças que você sustenta mais que o próprio pai são o que? Bom... podem ser qualquer coisa, mas seus filhos não são. Sempre foi deixado bem claro. Só queria ser mai que um dever a ser cumprido.
O argumento sempre será o mesmo. Mas eu nunca disse que não queria ser teu filho. Tentei te chamar de pai, mas apelido pega se for bem recebido. Finalmente você é pai de alguém. Crianças que você sustenta mais que o próprio pai são o que? Bom... podem ser qualquer coisa, mas seus filhos não são. Sempre foi deixado bem claro. Só queria ser mai que um dever a ser cumprido.
Pelo menos tenho meu outro irmão. Não sou o único problemático que invade a família perfeita. Menos mal?! Talvez não. Melhor um problema do que dois. Depois que os bastardos seguirem suas metas, aí sim, será perfeito. Ah... Mas não pode ser tão triste assim! Pode ser só mais uma gosta de chuva na tempestade de uma vida adolescente. Só espero poder considerar os raios do sol meu irmãozinho."
(história fictícia)
(história fictícia)
0 comentários :
Postar um comentário
Comente! Também quero te escutar!