A noite era densa. As correntes de ar também. O céu parecia pesar sobre os ombros. O homem carregava todo aquele céu nas costas. Andava lento e ofegante. Não é fácil levar todo um céu. Tropeçou, mas conseguiu se equilibrar. Imagina se ele cai e derruba aquele céu? Ia ser muito difícil coletar todas as estrelas espalhadas pelo chão. E os planetas? Estariam rolando ladeira abaixo. Ia ser uma confusão. Ainda mais quando fosse procurar por Saturno, escondido numa joalheria. Plutão, então, nunca mais seria encontrado. As nuvens ficariam murchas com a queda. Os cometas estariam correndo desgovernados pela cidade.
Se o céu tivesse caído, o homem morreria. Sua vida era aquele céu. Com suas estrelas, planetas, nuvens, cometas. Sua vida era cuidar daquele céu. Protegê-lo. Não permitir que caísse ou que fosse danificado.
O homem continuou andando. Lento e ofegante. Com um céu sobre suas costas. Sua vida era aquele céu. Era mesmo uma sorte nada disso ter acontecido e sua vida não ter caído.
Que lindo, menina! É até difícil imaginar que toda a lindeza do céu possa pesar... mas eu não queria tê-lo nas costas. Meus céus já pesam por si. Beijos, escreva mais e mais, adorei vir aqui.
ResponderExcluirLaysa, Você não sabe como me alegrou seu comentário. Sua aprovação é muito importante pra mim, pois te admiro muito. Obrigada.
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