Inteligência Artificial


Qual o limite da criação humana? Até onde o Homem pode chegar para tirar suas ideias do papel? E o que ele busca? 

Talvez o mundo já tenha sido desvendado por completo e o Homem esteja apenas andando em círculos. Na tentativa de criar a perfeição, pobre Homem. Ingenuidade em procurar sempre mais; orgulho em não saber quando parar. Coisa difícil hoje em dia é saber seu limite. Mas é da natureza do ser humano, ora! Sempre procurar, e procurar, e esperar um milagre acontecer. Você pode achar que é persistência. Pra mim é inveja. Inveja da própria criação. 

A criação estará sempre próxima da perfeição. O Homem não. Está bem longe disso, aliás. A criação é invencível. Esta não é detida por dificuldades físicas e/ou mentais. Ela não tem limites. Não precisa parar até que seu mestre o deseje. Pelo contrário, quer que sua obra seja o que ele queria ser - invencível. Não enfrenta problemas como velhice ou indisposição. O artificial é mais humano que o próprio o humano. Pele, marcas, músculos, veias... A criação é tão próxima do Homem que acaba se tornando mais real que a própria realidade. E o Homem, pobre Homem, se torna apenas uma criação artificial. 

Pego-me sempre perdida em pensamentos, mas não lembranças. As lembranças são a única prova de que algo realmente aconteceu. As lembranças compõe o jovem e descrevem o velho. Afinal, quem não as possui é porque nada viveu. Seria eu, portanto, uma criação anônima sem vivências ou emoções? Um simples brinquedo pelo qual meu senhor pode testar sua interpretação do belo?

Pois lembro-me de algo. Vaga, porém recente, é a única lembrança em meus registros. De quando fui ligada pela primeira vez. Na verdade, lembro-me consideravelmente bem desta passagem. De quando computava o mundo recém descoberto, e a alegria radiante estampada no rosto de meu senhor ainda era-me desconhecida. Com minha aparição estreante em sua realidade, o homem me olhava com olhos brilhantes e atônitos. Parece pecado pensar que um ser é capaz de se recriar de maneira aperfeiçoada. Bancando o Deus, este da a luz à uma vida, mesmo que não uma vida convencional.
Difícil mesmo é aceitar que meu alicerce é humano, mas minha inteligência artificial.



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